Aos 100 anos, a arquitetura brasileira perdeu um de seus grandes ícones: o professor e arquiteto Lúcio Costa Lemos. Conhecido por sua contribuição para a preservação do patrimônio cultural e suas obras clássicas sobre a arquitetura brasileira, Lemos deixa um legado inspirador para as futuras gerações.
Nascido em 1921, no Rio de Janeiro, Lemos teve uma vida inteiramente dedicada à arquitetura e ao ensino. Formou-se pela Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1944. Logo em seguida, mudou-se para São Paulo, onde iniciou sua carreira como arquiteto e professor na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Foi em 1947 que Lemos iniciou sua trajetória de 35 anos como docente na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), onde se tornou uma figura respeitada e influente. Sua paixão pelo ensino e pela arquitetura brasileira era notável em suas aulas e orientações, que inspiraram inúmeros alunos a seguir seus passos.
Além de sua atuação como professor, Lemos também foi um grande defensor do patrimônio cultural brasileiro. Em uma época em que a preservação de edifícios históricos não era prioridade, ele foi um dos pioneiros em defender a importância de se preservar a identidade e a memória da arquitetura do país. Sua atuação foi fundamental para a criação do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico (CONDEPHAAT), em 1968, e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 1974.
Além de sua atuação como professor e defensor do patrimônio cultural, Lemos também deixou um legado na produção de obras clássicas sobre a arquitetura brasileira. Seu livro “Arquitetura Nova”, publicado em 1957, é considerado um marco no estudo da arquitetura moderna no Brasil. Já em 1962, Lemos lançou “Museus do Brasil”, obra que aborda a importância dos museus para a preservação da cultura e da identidade do país.
Mesmo após sua aposentadoria, em 1982, Lemos continuou ativo em sua carreira, participando de debates e conferências sobre arquitetura e patrimônio cultural. Em 2008, aos 87 anos, recebeu o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, a maior honraria concedida pelo IPHAN, em reconhecimento a sua contribuição para a preservação do patrimônio cultural brasileiro.
Aos 100 anos, Lemos deixa um legado de amor e dedicação à arquitetura brasileira, que será lembrado por muitas gerações. Sua influência como professor, defensor do patrimônio cultural e autor de obras clássicas será sempre lembrada e inspirará novos profissionais a seguir seus passos.
Em um momento em que o país passa por uma crise na área da arquitetura e do patrimônio cultural, é importante lembrar do exemplo de Lemos e continuar lutando pela preservação e valorização de nossa identidade e memória. Seu legado será sempre uma fonte de inspiração e motivação para aqueles que acreditam na importância da arquitetura e da cultura para o desenvolvimento de uma sociedade.