A União Europeia (UE) está intensificando seus planos de retaliação contra os Estados Unidos (EUA) em resposta às crescentes perspectivas de um acordo tarifário entre os dois blocos. Após meses de negociações infrutíferas, a UE está se preparando para lançar uma “bazuca comercial” contra as tarifas impostas pelo presidente americano, Donald Trump, em uma tentativa de proteger seus interesses comerciais.
As tensões comerciais entre a UE e os EUA começaram em 2018, quando Trump impôs tarifas sobre as importações de aço e alumínio da UE, alegando preocupações com a segurança nacional. A UE respondeu com tarifas retaliatórias sobre produtos americanos, incluindo motocicletas, bourbon e jeans. Desde então, as negociações para um acordo tarifário têm sido intermitentes e sem sucesso.
No entanto, a situação piorou recentemente, com a imposição de novas tarifas americanas sobre produtos europeus, incluindo vinhos, queijos e aeronaves. A UE considera essas tarifas como uma violação das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e está se preparando para tomar medidas retaliatórias.
A Comissão Europeia, órgão executivo da UE, propôs uma lista de produtos americanos que poderiam ser alvo de tarifas retaliatórias, incluindo produtos agrícolas, industriais e de tecnologia. Essas medidas poderiam entrar em vigor já no início de 2021, caso não haja um acordo entre os dois blocos.
A UE também está buscando o apoio da OMC para suas ações retaliatórias. A Comissária de Comércio da UE, Cecilia Malmström, disse que a UE está “preparada para defender seus interesses legítimos” e que “a UE não tem outra opção senão se proteger contra as ações ilegais dos EUA”.
Essa postura firme da UE é vista como uma resposta necessária às ações unilaterais dos EUA. A UE tem sido um defensor do livre comércio e das regras da OMC, e as tarifas americanas são vistas como uma ameaça ao sistema comercial global. Além disso, a UE acredita que as tarifas americanas são injustas e injustificadas, já que a segurança nacional não é uma preocupação legítima no caso das importações de aço e alumínio.
Além das medidas retaliatórias, a UE também está intensificando seus esforços para diversificar suas relações comerciais. A UE está em negociações com outros países, como o Japão e o Mercosul, para fechar acordos comerciais que possam compensar as perdas causadas pelas tarifas americanas. Além disso, a UE está trabalhando para fortalecer sua própria indústria, investindo em tecnologias e inovação para torná-la mais competitiva globalmente.
Enquanto isso, os líderes europeus continuam a pressionar os EUA por um acordo tarifário justo e equilibrado. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que a UE está “aberta a negociações construtivas com os EUA” e que “um acordo é do interesse de ambos os lados”. No entanto, ele também enfatizou que a UE não cederá às demandas injustas dos EUA.
Apesar das perspectivas sombrias de um acordo tarifário com os EUA, a UE está determinada a proteger seus interesses comerciais e manter seu compromisso com o livre comércio e as regras da OMC. A UE está enviando uma mensagem clara de que não aceitará ações unilaterais e injustas dos EUA e está pronta para agir para proteger sua economia