Especialista comenta resultados de estudo com imunoterapia para tumores gástricos – ele pode mudar a conduta diante da doença
A imunoterapia tem sido um dos grandes avanços no tratamento do câncer nos últimos anos. Essa terapia utiliza o próprio sistema imunológico do paciente para combater as células cancerígenas, trazendo resultados promissores e mudando a vida de muitas pessoas. E agora, um novo estudo com imunoterapia para tumores gástricos pode mudar a conduta diante dessa doença.
O estudo, publicado recentemente na revista científica The Lancet, analisou o uso da imunoterapia em pacientes com câncer gástrico avançado ou metastático. Os resultados foram surpreendentes: a terapia foi capaz de aumentar significativamente a sobrevida dos pacientes, além de apresentar menos efeitos colaterais em comparação com a quimioterapia.
Para entender melhor a importância desses resultados, conversamos com o Dr. João Silva, oncologista e especialista em imunoterapia. Segundo ele, esse estudo é um marco na área e pode mudar a forma como lidamos com o câncer gástrico.
“Os resultados desse estudo são muito animadores. A imunoterapia mostrou-se eficaz em pacientes que já haviam passado por outros tratamentos e não apresentavam mais opções terapêuticas. Isso significa que podemos oferecer uma nova esperança para esses pacientes”, afirma o Dr. João.
O câncer gástrico é o quinto tipo de câncer mais comum no mundo e a terceira causa de morte por câncer. Ele é mais frequente em países em desenvolvimento, como o Brasil, e é mais comum em homens acima de 50 anos. Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença são o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, a obesidade e a infecção pela bactéria H. pylori.
Até então, o tratamento para o câncer gástrico avançado ou metastático consistia principalmente em quimioterapia e cirurgia. No entanto, essas opções terapêuticas apresentam efeitos colaterais significativos e nem sempre são eficazes. Com a imunoterapia, os pacientes podem ter uma opção de tratamento mais eficaz e com menos efeitos colaterais.
“A imunoterapia funciona estimulando o sistema imunológico do paciente a reconhecer e destruir as células cancerígenas. Isso é possível graças aos medicamentos imunoterápicos, que são capazes de bloquear os mecanismos que as células tumorais utilizam para escapar do sistema imunológico”, explica o Dr. João.
Além disso, a imunoterapia também apresenta uma vantagem em relação à quimioterapia: ela é mais específica, agindo diretamente nas células cancerígenas e poupando as células saudáveis. Isso significa menos efeitos colaterais e uma melhor qualidade de vida para os pacientes.
No entanto, é importante ressaltar que a imunoterapia não é uma opção para todos os pacientes com câncer gástrico. É necessário que o paciente passe por uma avaliação médica detalhada para determinar se ele é elegível para esse tipo de tratamento.
“É fundamental que o paciente seja acompanhado por uma equipe multidisciplinar, composta por oncologistas, cirurgiões e outros profissionais de saúde. Juntos, eles poderão avaliar o melhor tratamento para cada caso”, afirma o especialista.
Com os resultados desse estudo, a imunoterapia se consolida como uma opção terapêutica promissora para o câncer gástr