Nos últimos anos, tem havido um crescente interesse em promover uma alimentação saudável e equilibrada, principalmente entre as crianças e adolescentes. Nesse contexto, as políticas públicas têm se esforçado para reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados, que são considerados prejudiciais à saúde. No entanto, um estudo recente revelou que, apesar desses esforços, a venda desses alimentos em colégios particulares é, em média, 50% superior ao de alimentos in natura.
Os alimentos ultraprocessados são aqueles que passam por diversos processos industriais, contendo aditivos químicos e poucos nutrientes. Eles são conhecidos por serem altamente calóricos e ricos em açúcares, gorduras e sódio, o que pode levar ao desenvolvimento de doenças crônicas, como obesidade, diabetes e hipertensão. Por outro lado, os alimentos in natura são aqueles que não passam por nenhum tipo de processamento e são fontes naturais de nutrientes essenciais para o bom funcionamento do nosso organismo.
Diante desse cenário, é preocupante constatar que, mesmo com as campanhas de conscientização e as medidas governamentais para reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados, as escolas particulares ainda têm uma alta demanda por esses produtos. Isso pode ser explicado, em parte, pela falta de regulamentação específica para a venda de alimentos nas escolas privadas. Enquanto as escolas públicas são obrigadas a seguir as diretrizes do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que prioriza a oferta de alimentos saudáveis, as escolas particulares têm mais liberdade para escolher quais produtos serão vendidos em suas cantinas.
Além disso, é importante ressaltar que os alimentos ultraprocessados são mais atrativos para as crianças e adolescentes, devido à sua embalagem colorida e ao sabor adocicado. Esses produtos também são mais fáceis de serem consumidos, pois não precisam de preparo e podem ser consumidos a qualquer momento. Por outro lado, os alimentos in natura, como frutas, verduras e legumes, muitas vezes exigem um maior tempo de preparo e não são tão atrativos para as crianças.
No entanto, é preciso destacar que a alimentação saudável é fundamental para o desenvolvimento físico e cognitivo das crianças e adolescentes. Uma dieta equilibrada, com alimentos in natura, é essencial para garantir um bom desempenho escolar, além de prevenir o surgimento de doenças. Por isso, é importante que as escolas, sejam elas públicas ou particulares, priorizem a oferta de alimentos saudáveis em suas cantinas.
Uma das soluções para esse problema seria a criação de uma legislação específica para a venda de alimentos nas escolas particulares, assim como já existe para as escolas públicas. Além disso, é necessário que as escolas sejam incentivadas a oferecer opções saudáveis em suas cantinas, por meio de campanhas de conscientização e incentivos fiscais. Também é importante que os pais e responsáveis sejam orientados sobre a importância de uma alimentação saudável e incentivados a enviar lanches nutritivos para seus filhos.
Outra medida importante é a educação alimentar nas escolas, que deve ser abordada de forma lúdica e educativa, para despertar o interesse das crianças e adolescentes pelos alimentos saudáveis. Além disso, é fundamental que as escolas promovam ações que incentivem a prática de atividades físicas, como aulas de educação física e a criação de espaços para prática de esportes, para complementar uma alimentação equilibrada.
É importante ressaltar que a mudança de hábitos alimentares não acontece de forma imedi