Thais Herédia, renomada jornalista e colunista de economia do jornal Valor Econômico, tem apontado em suas análises a respeito das medidas do governo para equilibrar as contas públicas. Entre elas, a escolha de deixar o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) fora da meta tem sido alvo de discussões e críticas.
Essa decisão do governo tem gerado preocupações quanto à credibilidade fiscal do país e, consequentemente, impactos na economia. Afinal, qual a importância de manter o INSS dentro da meta e como isso afeta a confiança dos investidores e da população?
O INSS é o principal responsável pelo pagamento de aposentadorias, pensões e outros benefícios previdenciários no Brasil. De acordo com o Ministério da Economia, em 2020, o gasto com o INSS representou mais de 44% do total das despesas do governo federal. Esses gastos, por sua vez, têm impacto direto na saúde financeira do país e na confiança dos investidores.
Ao deixar o INSS fora da meta, o governo sinaliza que não tem a intenção de controlar esses gastos e que eles podem ultrapassar o limite estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Isso pode ser interpretado como uma falta de comprometimento com o equilíbrio das contas públicas, o que pode afetar a credibilidade do país perante os investidores e gerar incertezas quanto ao futuro econômico.
Além disso, o não cumprimento da meta do INSS também pode ter reflexos negativos na inflação e nos juros. Isso porque, com um aumento dos gastos do governo, pode ser necessário recorrer a medidas como o aumento de impostos ou o corte de gastos em outras áreas, o que pode impactar o consumo e a atividade econômica.
Outro ponto importante levantado por Thais Herédia é que deixar o INSS fora da meta pode gerar um ciclo vicioso, uma vez que a falta de controle dos gastos pode levar a um aumento da dívida pública e, consequentemente, a um aumento dos juros pagos pelo governo. Isso dificulta ainda mais a tarefa de equilibrar as contas e pode levar a um cenário de instabilidade econômica.
Porém, é importante ressaltar que a decisão de deixar o INSS fora da meta não é algo exclusivo deste governo. Governos anteriores também adotaram essa estratégia, o que mostra a complexidade do tema e a dificuldade de encontrar soluções para o equilíbrio das contas públicas.
Nesse sentido, Thais Herédia aponta que o problema não é necessariamente deixar o INSS fora da meta, mas sim a falta de uma estratégia clara e consistente para o controle dos gastos públicos. É preciso buscar medidas que garantam a sustentabilidade das despesas do governo, sem descuidar da proteção social e do bem-estar da população.
Uma possível saída para essa questão seria a realização de uma reforma da previdência mais ampla e estrutural. Ao invés de apenas mudanças pontuais, é necessário repensar todo o sistema previdenciário brasileiro, buscando uma solução que seja justa e sustentável a longo prazo.
Entretanto, é importante destacar que qualquer mudança nesse sentido deve ser feita de forma responsável, levando em conta os impactos sociais e econômicos. É preciso encontrar um equilíbrio entre a necessidade de controlar os gastos e a garantia dos direitos dos cidadãos.
Em resumo, as escolhas do governo para equilibrar as contas públicas, como deixar o INSS fora da meta, têm um impacto significativo na credibilidade fiscal do país. É necessário