António Lobo Xavier, antigo deputado do Partido Social Democrata (PSD), relembrou recentemente a demissão de Leonor Beleza no Governo de Cavaco Silva e sugeriu que a atual ministra da Saúde, Ana Paula Martins, pode enfrentar o mesmo destino se não conseguir apresentar soluções para os desafios que o setor enfrenta atualmente. Esta afirmação gerou controvérsia e levantou questões sobre a atuação da ministra no combate à pandemia e na gestão da saúde em Portugal.
Para contextualizar, em 1989, Leonor Beleza demitiu-se do cargo de ministra da Saúde por não conseguir resolver os problemas do setor, incluindo a falta de médicos e a escassez de recursos financeiros. Agora, mais de 30 anos depois, António Lobo Xavier compara esta situação com a atual gestão da saúde por parte de Ana Paula Martins. Segundo ele, a ministra terá que “sair ela própria” se não encontrar soluções para os problemas que o país enfrenta na área da saúde.
Esta afirmação foi feita durante o programa “Quadratura do Círculo” da SIC Notícias, onde Lobo Xavier criticou a gestão da pandemia por parte do Governo. O antigo deputado defende que há um padrão de “desresponsabilização” da ministra da Saúde, Mariana Vieira da Silva, e do próprio primeiro-ministro, António Costa, que estão constantemente a culpar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) pelos problemas do setor. Para Lobo Xavier, é necessário uma mudança de atitude e liderança no combate à pandemia e na gestão da saúde.
Por sua vez, Mariana Vieira da Silva respondeu às críticas de Lobo Xavier, afirmando que a ministra da Saúde tem trabalhado incansavelmente para encontrar soluções para os problemas do setor. A secretária de Estado para a Presidência do Conselho de Ministros defendeu que o Governo tem sido transparente em relação às limitações do SNS e que tem procurado resolver os problemas com medidas concretas, como o reforço de recursos humanos e a aquisição de mais equipamentos médicos.
No entanto, a verdade é que a gestão da pandemia tem sido alvo de críticas e polémicas desde o início. Desde a falta de equipamentos de proteção individual para os profissionais de saúde até à demora na aquisição de vacinas, a gestão da saúde em Portugal tem sido duramente criticada. E, perante um aumento exponencial de casos e mortes, é natural que surjam dúvidas sobre a capacidade e liderança da ministra da Saúde.
Esta não é a primeira vez que Ana Paula Martins enfrenta críticas. Desde que assumiu o cargo de ministra, em outubro de 2020, tem sido alvo de várias polémicas. A mais recente foi a nomeação de uma assessora com ligações ao partido Iniciativa Liberal, o que gerou especulações sobre possíveis influências políticas na gestão da saúde. Além disso, a ministra tem sido criticada pela falta de comunicação e diálogo com os profissionais de saúde e com os vários setores da sociedade.
Apesar das críticas, é importante destacar que a pandemia é um desafio sem precedentes e que é natural que existam dificuldades e falhas na sua gestão. No entanto, é fundamental que os responsáveis políticos assumam as suas responsabilidades e trabalhem em conjunto para encontrar soluções eficazes. A saúde é um direito básico de todos os cidadãos e é fundamental que o Governo garanta o seu acesso a todos.
É necessário também que exista uma maior transparência por parte do Governo em relação às medidas e decisões tomadas no combate à pandemia. A comunicação é