O relatório divulgado pelo Observatório Europeu em 2020 teve como objetivo mapear os diversos atores responsáveis pela disseminação de desinformação nos 27 Estados-Membros da União Europeia. O estudo, que abrangeu um período de dois anos, revelou informações importantes sobre os tipos de desinformação mais comuns e os principais autores por trás desta prática.
A desinformação, ou seja, a divulgação deliberada de informações falsas ou enganosas, é uma ameaça crescente em todo o mundo. Com o avanço da tecnologia e o grande alcance das mídias sociais, tornou-se mais fácil para indivíduos e grupos propagarem mentiras e manipularem a opinião pública. E isso não é diferente na União Europeia.
De acordo com o relatório do Observatório Europeu, os atores que mais contribuem para a disseminação de desinformação na UE são os políticos, os partidos políticos, os grupos de interesse e as empresas. Os políticos são citados como os principais responsáveis por espalhar informações falsas, especialmente durante campanhas eleitorais. Já os partidos políticos, em sua busca por vantagens políticas, muitas vezes utilizam a desinformação para difamar seus oponentes.
Os grupos de interesse, por sua vez, têm como objetivo influenciar a opinião pública em favor de suas causas e interesses particulares, muitas vezes recorrendo à desinformação como estratégia para manipular a opinião pública e pressionar decisões políticas. Já as empresas, por buscarem maximizar seus lucros, também podem ter interesse em disseminar informações falsas que possam prejudicar seus concorrentes.
O relatório também apontou que a desinformação é mais comumente disseminada por meio de plataformas online, como redes sociais, blogs e sites de notícias. Estas plataformas, muitas vezes, não possuem mecanismos de controle eficazes e acabam se tornando um ambiente fértil para a proliferação de informações falsas.
Para combater esse fenômeno, o Observatório Europeu recomendou uma série de ações, incluindo a implementação de medidas regulatórias mais rígidas, a promoção da alfabetização digital e o fortalecimento do jornalismo independente e de qualidade. Além disso, também é necessário estabelecer parcerias entre todos os atores envolvidos, como governos, empresas e sociedade civil, para criar uma rede de proteção contra a desinformação.
A União Europeia já vem tomando medidas para combater a desinformação. Em 2018, foi lançado o Plano de Ação Contra a Desinformação, que tem como objetivo fortalecer as defesas da UE contra a manipulação de informações. Além disso, em 2019, foi criada a Rede Europeia de Verificação de Fatos, que reúne organizações de checagem de fatos em toda a Europa para analisar e desmentir informações falsas.
É evidente que a desinformação é uma ameaça real e que precisa ser combatida em todos os níveis. Com o relatório do Observatório Europeu, é possível ter uma visão mais clara dos atores por trás da disseminação de informações falsas na UE. Agora, é preciso agir de forma conjunta e eficaz para garantir que a desinformação não afete a democracia e a sociedade europeia como um todo.
É importante ressaltar que a responsabilidade também é de cada indivíduo. Ao receber uma informação, é necessário checar a sua veracidade antes de compartilhá-la. Além disso, é fundamental educar-se cada vez mais sobre o uso responsável das mídias sociais e estar atento a possíveis tentativas de manipulação.
A disseminação de desinformação é um desafio constante, mas juntos