Um ano após a aprovação da Lei Nacional de Cuidado Integral às Pessoas com Demência, é hora de refletirmos sobre o que foi feito e o que ainda precisa ser feito para garantir que as ideias saiam do papel com urgência. Como geriatra, vejo diariamente os desafios enfrentados por pacientes e familiares que lidam com essa condição e acredito que é nosso dever como sociedade garantir que eles recebam o cuidado e a atenção necessários.
A Lei Nacional de Cuidado Integral às Pessoas com Demência foi aprovada em 2019, após anos de discussão e luta por parte de organizações e profissionais da área da saúde. Ela tem como objetivo principal garantir o cuidado adequado e integral às pessoas com demência, desde o diagnóstico até o tratamento e acompanhamento. Além disso, a lei também prevê a criação de políticas públicas e programas de conscientização sobre a doença.
No entanto, um ano após sua aprovação, ainda há muito a ser feito para que as ideias se tornem realidade. É preciso que haja um esforço conjunto entre governo, profissionais da saúde, familiares e sociedade em geral para que a lei seja implementada de forma efetiva e abrangente. Não podemos nos contentar apenas com a aprovação da lei, é preciso agir e garantir que ela seja colocada em prática.
Uma das principais questões que precisam ser abordadas é a falta de informação e conscientização sobre a demência. Muitas pessoas ainda têm uma visão equivocada sobre a doença, acreditando que é apenas uma parte natural do envelhecimento ou que não há tratamento disponível. Isso leva a um estigma em torno da demência e dificulta o acesso ao diagnóstico e tratamento adequados.
É fundamental que haja campanhas de conscientização e educação sobre a demência, tanto para a população em geral quanto para os profissionais da saúde. É preciso que todos saibam reconhecer os primeiros sinais da doença e buscar ajuda médica o mais cedo possível. Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, maiores são as chances de um tratamento eficaz e de uma melhor qualidade de vida para o paciente.
Outro ponto importante é a capacitação dos profissionais da saúde. É preciso que haja uma formação específica sobre a demência, suas causas, sintomas e tratamentos, para que os profissionais possam oferecer um cuidado adequado e humanizado aos pacientes. Além disso, é necessário que haja uma maior disponibilidade de profissionais especializados em demência, principalmente em regiões mais afastadas dos grandes centros.
A implementação de políticas públicas também é essencial para garantir o cuidado integral às pessoas com demência. É preciso que haja uma rede de atendimento que inclua desde o diagnóstico até o tratamento e acompanhamento, com serviços de saúde, assistência social e apoio psicológico. Além disso, é importante que haja uma atenção especial para os cuidadores, que muitas vezes são familiares sobrecarregados e precisam de apoio e orientação.
Não podemos esquecer também da importância da pesquisa e desenvolvimento de novos tratamentos e terapias para a demência. A ciência avança a cada dia e é preciso investir em estudos e pesquisas para encontrar formas de prevenir, tratar e até mesmo curar a doença. É necessário que haja um investimento significativo nessa área, tanto por parte do governo quanto da iniciativa privada.
Como geriatra, vejo com esperança e otimismo o potencial da Lei Nacional de Cuidado Integral às Pessoas com Demência. No entanto, é preciso que haja uma ação imediata para que as ideias saiam do papel e se tornem uma realidade para aqueles que