Portugal tem uma longa história no âmbito do ensino superior, com universidades renomadas que datam dos séculos XIII e XIV. No entanto, ao longo dos anos, o paradigma do ensino superior neste país mudou de forma significativa. Desde o seu início, o ensino superior em Portugal tem sido um meio de alcançar o progresso pessoal e profissional, mas, nos últimos anos, tem passado por uma transformação acelerada, com várias mudanças e reformas implementadas por diferentes governos. Embora estas alterações tenham trazido alguns desafios, a evolução do ensino superior em Portugal tem sido, sem dúvida, para melhor.
Na última década, temos observado um aumento significativo no número de estudantes a frequentar o ensino superior em Portugal. De acordo com o relatório estatístico do ensino superior em Portugal, publicado pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, o número de estudantes inscritos em instituições de ensino superior no ano letivo de 2019/2020 atingiu um recorde de 404.390, representando um aumento de 7,1% em comparação com o ano anterior. Este aumento é um indicador claro do crescente interesse dos jovens portugueses em prosseguir os seus estudos no ensino superior.
Este aumento também é resultado de várias medidas políticas implementadas pelos governos nos últimos anos, incluindo a criação de novas universidades e institutos politécnicos, a implementação de novos programas de bolsas de estudo e a simplificação do processo de candidatura para estudantes internacionais. Estas medidas visam promover a igualdade de oportunidades e tornar o ensino superior mais acessível a todos os estudantes, independentemente da sua origem socioeconómica.
Outra grande mudança no paradigma do ensino superior português foi a adoção do Processo de Bolonha. Em 2006, Portugal juntou-se a este processo de harmonização europeia do ensino superior, que visa criar um sistema comum de graus e diplomas em toda a Europa. Isto permitiu uma maior mobilidade dos estudantes dentro da Europa e de outros países que aderiram ao processo. Além disso, a introdução do sistema de créditos ECTS (European Credit Transfer and Accumulation System) facilitou a comparação e o reconhecimento de estudos realizados em diferentes países. Isso tornou o ensino superior em Portugal mais atraente para estudantes internacionais, reforçando ainda mais a sua posição como destino educativo de excelência.
No entanto, a maior mudança no paradigma do ensino superior em Portugal foi, sem dúvida, a adoção do Processo de Bolonha. Este processo de reestruturação do ensino superior teve como objetivo central a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem, através de uma maior flexibilidade e adaptabilidade dos programas de estudos às necessidades dos estudantes e do mercado de trabalho. Isto veio acompanhado da implementação de novas metodologias de ensino, focadas na aprendizagem ativa e na formação de competências transversais, tais como o pensamento crítico, a comunicação e a resolução de problemas. Estas novas abordagens permitiram que os estudantes desenvolvessem habilidades mais adequadas às exigências do mercado de trabalho atual e futuro.
A mudança para um modelo de aprendizagem mais orientado para a prática também foi evidenciada no crescente número de estágios integrados nos currículos dos cursos de licenciatura e mestrado. Os estágios permitem aos estudantes aplicar os conhecimentos adquiridos em sala de aula ao contexto profissional e, ao mesmo tempo, desenvolver conexões com o mercado de trabalho e adquirir experiência relevante. Este foco na empregabilidade e na formação de profissionais altamente qualificados tem sido fundamental para o sucesso do ensino