A taxa de juros é um dos principais indicadores econômicos e tem um impacto direto na vida de todos os brasileiros. Ela é determinada pelo Banco Central do Brasil e é utilizada para controlar a inflação e estimular o crescimento econômico do país. Recentemente, a taxa básica de juros, conhecida como Selic, sofreu mais um aumento, chegando a 8,79% ao ano. No entanto, apesar dessa alta, o Brasil caiu no ranking de maior juro real do mundo, ficando atrás de países como Turquia, Argentina e Rússia.
Mas o que isso significa para a economia e para os brasileiros? Vamos entender melhor essa situação e o que pode ser feito para melhorar esse cenário.
A Selic é a taxa de juros que serve de referência para todas as outras taxas de juros praticadas no mercado brasileiro. Ou seja, quando o Banco Central aumenta a Selic, os bancos e outras instituições financeiras tendem a aumentar suas taxas de juros também. Isso afeta diretamente o custo do crédito, tornando-o mais caro para as empresas e para os consumidores.
O aumento da Selic está diretamente relacionado ao combate à inflação. Quando a inflação está alta, o Banco Central tende a aumentar a Selic para desacelerar o consumo e, consequentemente, diminuir a demanda por produtos e serviços. Com menos dinheiro circulando na economia, a tendência é que os preços se mantenham estáveis ou até mesmo caiam.
No entanto, esse aumento da Selic também tem um impacto negativo na economia. Com juros mais altos, as empresas têm mais dificuldade para investir e expandir seus negócios, o que pode levar a uma desaceleração do crescimento econômico. Além disso, as famílias também sofrem com o aumento do custo de vida, já que os produtos e serviços tendem a ficar mais caros.
Mas por que, mesmo com a Selic em alta, o Brasil caiu no ranking de maior juro real do mundo? Para entender isso, é preciso analisar o conceito de juro real. O juro real é a taxa de juros já descontada a inflação. Ou seja, é o que realmente importa para os investidores e para a população em geral.
Apesar do aumento da Selic, a inflação no Brasil está controlada. Em 2020, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país, fechou em 4,52%, dentro da meta estabelecida pelo governo. Isso significa que, na prática, a taxa de juros real no Brasil é menor do que a anunciada pelo Banco Central.
Além disso, a pandemia da Covid-19 teve um grande impacto na economia brasileira. Com a queda na atividade econômica e o aumento do desemprego, a demanda por crédito também diminuiu. Com isso, os bancos acabaram baixando suas taxas de juros, mesmo com a Selic em alta.
Outro fator que contribuiu para a queda do Brasil no ranking foi a valorização do real em relação ao dólar. Com a moeda brasileira mais forte, os investidores estrangeiros passaram a ter uma rentabilidade menor ao investir no país, o que acabou diminuindo a atratividade dos juros brasileiros.
Então, o que pode ser feito para melhorar esse cenário? O primeiro passo é continuar com o controle da inflação. Com a inflação baixa, o Banco Central tem mais espaço para reduzir a Selic e, consequentemente, os juros reais no país.
Além disso, é preciso continuar com as reformas estruturais, que são essenciais para melhorar o ambiente de negócios e atrair investimentos para o país. A reforma tributária,