No programa Casa Comum, transmitido pela RTP, a socialista Mariana Vieira da Silva e o social-democrata Duarte Pacheco tiveram a oportunidade de discutir a atual crise política em Portugal. Ambos concordaram que, por razões diferentes, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, não exerceu sua magistratura de influência nesta situação, ao contrário de exemplos anteriores.
Os acontecimentos das últimas 24 horas foram marcados por uma reviravolta na política portuguesa. O primeiro-ministro, António Costa, anunciou a demissão do seu governo, após o chumbo do Programa de Estabilidade no Parlamento. Esta decisão foi tomada depois de o Presidente da República ter recusado a proposta de revisão do Programa de Estabilidade, apresentada pelo Governo. Esta proposta tinha como objetivo responder às exigências do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista Português, que ameaçavam votar contra o documento.
No programa Casa Comum, Mariana Vieira da Silva, Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, afirmou que o Governo “assustou-se com as sondagens” e decidiu demitir-se, numa tentativa de ganhar vantagem nas próximas eleições. A socialista referiu ainda que o Presidente da República não exerceu sua magistratura de influência nesta crise, ao contrário do que aconteceu em situações anteriores. Segundo Vieira da Silva, Marcelo Rebelo de Sousa poderia ter desempenhado um papel mais ativo na resolução deste impasse político.
Por outro lado, Duarte Pacheco, deputado do PSD, também concorda que o Presidente da República não exerceu sua magistratura de influência nesta crise, mas por razões diferentes. Para o social-democrata, o Governo poderia ter evitado a demissão e consequente realização de eleições, se tivesse chegado a um acordo com o PSD para a criação de uma comissão de inquérito associada a uma eventual moção de censura socialista. Segundo Pacheco, esta seria uma forma de evitar a instabilidade política e garantir a estabilidade governativa até ao final da legislatura.
No entanto, apesar das divergências entre os dois partidos, tanto Mariana Vieira da Silva como Duarte Pacheco concordam que o Presidente da República tem um papel fundamental na resolução desta crise política. Ambos acreditam que Marcelo Rebelo de Sousa deve exercer sua magistratura de influência e promover o diálogo entre os partidos, com o objetivo de encontrar uma solução que garanta a estabilidade governativa e o interesse nacional.
É importante destacar que esta crise política surge num momento em que Portugal está a enfrentar uma pandemia global e uma crise económica e social sem precedentes. Neste sentido, é fundamental que os partidos políticos coloquem os interesses do país acima dos seus interesses partidários e trabalhem em conjunto para encontrar uma solução que garanta a estabilidade governativa e a recuperação económica e social do país.
É também importante lembrar que o Presidente da República tem um papel crucial na promoção da união nacional e na defesa dos valores democráticos. Neste momento de incerteza e polarização política, é fundamental que Marcelo Rebelo de Sousa exerça sua magistratura de influência de forma ativa e imparcial, promovendo o diálogo e a coesão entre os diferentes partidos políticos.
Em suma, os acontecimentos das últimas 24 horas mostram que Portugal enfrenta uma crise política que requer uma resposta urgente e responsável por parte dos seus líderes políticos. É fundamental que o Presidente da República exerça sua magistratura de influência e promova o diálogo entre os