Um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, apontou que a tecnologia pode ser uma grande aliada na melhoria das chances de sucesso dos procedimentos de reprodução assistida. De acordo com os resultados obtidos, o uso de ferramentas tecnológicas pode auxiliar os médicos a identificar com maior precisão os embriões mais saudáveis e viáveis, aumentando assim as chances de uma gravidez bem-sucedida.
A reprodução assistida é uma técnica utilizada por casais que enfrentam dificuldades para engravidar naturalmente. Ela consiste em um conjunto de procedimentos realizados em laboratório, como a fertilização in vitro e a inseminação artificial, com o objetivo de alcançar uma gestação. Embora seja um recurso extremamente válido, a taxa de sucesso desses procedimentos ainda é consideravelmente baixa, variando de 30% a 50%.
Para melhorar esses números, a equipe de pesquisadores da Universidade de Stanford utilizou a inteligência artificial para analisar imagens de embriões em desenvolvimento. O estudo, publicado na revista científica “NPJ Digital Medicine”, contou com a participação de 117 casais que estavam passando por tratamentos de reprodução assistida. Os embriões foram filmados durante os primeiros cinco dias após a fertilização e, em seguida, analisados por um algoritmo de aprendizado de máquina.
Os resultados mostraram que o algoritmo foi capaz de identificar com precisão os embriões com maior potencial de se tornarem um bebê saudável. Além disso, o sistema também conseguiu prever quais embriões teriam maior probabilidade de se implantar no útero, aumentando ainda mais as chances de gravidez bem-sucedida. Ao combinar as informações fornecidas pelo algoritmo com as escolhas dos médicos, a taxa de sucesso dos procedimentos de reprodução assistida aumentou significativamente para 85%.
De acordo com a Dra. Mylene Yao, uma das autoras do estudo, a inteligência artificial pode oferecer uma segunda opinião aos médicos e ajudá-los a tomar decisões mais precisas e eficazes. Além disso, ela destaca que o uso da tecnologia permite uma análise mais objetiva, sem a influência de fatores subjetivos que podem afetar a tomada de decisão dos profissionais.
Outra vantagem apontada pelo estudo é a redução do tempo necessário para a análise dos embriões. Enquanto os médicos levam cerca de 30 minutos para escolher o embrião mais viável, o algoritmo leva apenas alguns segundos. Dessa forma, os especialistas podem se concentrar mais no planejamento e execução dos procedimentos, otimizando o tempo e aumentando a qualidade do atendimento aos pacientes.
Os pesquisadores ressaltam que o uso da tecnologia é uma ferramenta a mais para auxiliar no processo de reprodução assistida, não substituindo a importância e presença dos médicos. A inteligência artificial atua como um complemento, permitindo uma tomada de decisão mais precisa e eficaz, mas ainda é necessário o conhecimento e a experiência dos profissionais para garantir o sucesso dos procedimentos realizados.
Com o avanço da tecnologia, a medicina está cada vez mais utilizando recursos inovadores para melhorar a qualidade do atendimento e aumentar as chances de sucesso dos tratamentos. O estudo realizado pela Universidade de Stanford é um exemplo do potencial da inteligência artificial na área da reprodução assistida. Espera-se que, no futuro, essa tecnologia seja amplamente utilizada para auxiliar os médicos e oferecer aos casais que desejam ter filhos um caminho mais seguro e eficiente para alcançar esse sonho tão importante em suas vidas.