Acelerador de startups para o público maduro: Marcos Ferreira fala sobre o futuro dos profissionais mais velhos e do potencial das agetechs
Nos últimos anos, temos visto um grande aumento no número de startups e empresas de tecnologia voltadas para o público mais jovem, com seus aplicativos e plataformas inovadoras. No entanto, uma tendência que vem ganhando força é a criação de soluções tecnológicas para o público maduro, considerado por muitos como um mercado negligenciado. E é neste cenário que surge o conceito de “agetechs” – startups que desenvolvem produtos e serviços para atender às necessidades e demandas dos profissionais mais velhos.
Um dos principais nomes por trás deste movimento é Marcos Ferreira, empreendedor e fundador do Acelerador de Startups para o Público Maduro (ASPM). Com uma vasta experiência no mercado de tecnologia, Ferreira decidiu se dedicar a ajudar os profissionais com mais idade a empreender e se manterem relevantes no mercado de trabalho.
Em uma entrevista, Ferreira explica que a ideia do ASPM surgiu após notar a falta de apoio e oportunidades para os profissionais mais velhos no mercado de startups. “Percebi que muitas pessoas nesta faixa etária desejavam empreender, mas não sabiam por onde começar ou como se inserir neste universo. Então, decidi criar um espaço onde eles pudessem ter suporte e desenvolver suas ideias”, conta.
O ASPM funciona como um acelerador de startups tradicional, porém com um foco específico no público mais maduro. Ferreira e sua equipe oferecem mentoria, networking, treinamentos e workshops para ajudar os empreendedores a desenvolverem seus negócios. Além disso, o acelerador conta com uma rede de investidores interessados em apoiar e investir em agetechs.
Mas quais são as vantagens de se investir em startups voltadas para o público mais velho? Segundo Ferreira, a resposta é simples: oportunidades de negócios e um mercado em constante crescimento. “Atualmente, o Brasil possui mais de 30 milhões de pessoas com mais de 60 anos, e esse número tende a aumentar nos próximos anos. São profissionais experientes, com poder de consumo e que buscam soluções tecnológicas para facilitar suas vidas”, afirma.
Além disso, o envelhecimento da população traz consigo mudanças no comportamento e nas necessidades dos consumidores. Neste sentido, a tecnologia pode ser uma grande aliada para atender a este público, oferecendo soluções que melhorem sua qualidade de vida e auxiliem em sua inserção no mercado de trabalho.
Ferreira também destaca que as agetechs não são apenas voltadas para o público maduro, mas sim para toda a sociedade, pois suas soluções podem beneficiar pessoas de todas as idades. Um exemplo disso é a startup “Acquamed”, que desenvolveu um dispositivo que facilita a hidratação em pacientes com dificuldades motoras, mas que também pode ser utilizado por pessoas saudáveis que desejam uma forma mais prática de beber água.
Além disso, as agetechs também geram impacto social, ao promoverem a inclusão e a valorização dos profissionais mais velhos. “Muitas vezes, as pessoas nesta faixa etária são vistas como ultrapassadas e sem lugar no mercado de trabalho. No entanto, elas possuem uma bagagem de conhecimento e experiência que pode ser muito valiosa para o sucesso de uma startup”, ressalta Ferreira.
O fundador do ASPM também acredita que o trabalho das agetechs vai além de oferecer soluções tecnológicas, mas também contribui para mudar a percepção da sociedade em relação ao envel