No filme “Extraordinário”, baseado no livro de mesmo nome de R.J. Palacio, somos apresentados à história de Auggie, um menino que nasceu com uma deformidade facial e enfrenta o desafio de se encaixar em um mundo que muitas vezes o rejeita por sua aparência. Embora seja uma obra de ficção, o filme aborda uma questão muito real e presente na vida de muitas pessoas: o sentimento de não-pertencimento enfrentado por pacientes com doenças crônicas.
Uma doença crônica é aquela que persiste por um longo período de tempo e muitas vezes não tem cura. Pode ser algo visível, como no caso de Auggie, ou algo invisível, como diabetes, artrite, doenças autoimunes, entre outras. Independentemente do tipo de doença, os pacientes crônicos enfrentam desafios diários que vão além dos sintomas físicos. E um desses desafios é o sentimento de não-pertencimento.
O não-pertencimento é a sensação de não se encaixar em um determinado grupo ou lugar. É a sensação de ser diferente e não ser aceito por isso. No filme, Auggie é constantemente alvo de olhares curiosos e comentários maldosos por causa de sua aparência. Ele se sente excluído e isolado, mesmo em um ambiente escolar onde deveria encontrar amizade e aceitação.
Infelizmente, essa é uma realidade comum para muitos pacientes com doenças crônicas. Muitas vezes, eles são vistos como “diferentes” e acabam sendo excluídos ou ignorados pelos outros. Isso pode acontecer tanto na escola quanto no trabalho, na família ou até mesmo em círculos de amizade. E essa exclusão pode gerar um sentimento de solidão e tristeza, afetando diretamente a saúde mental do paciente.
Além disso, a própria doença pode limitar as atividades e a participação social do paciente. Por exemplo, uma pessoa com artrite pode ter dificuldades para realizar atividades físicas ou até mesmo para sair de casa em dias de crise. Isso pode gerar um sentimento de inadequação e de não pertencimento em ambientes onde a maioria das pessoas não tem essas limitações.
Outro fator que contribui para o sentimento de não-pertencimento é a falta de compreensão e empatia por parte das outras pessoas. Muitas vezes, amigos e familiares não entendem a gravidade da doença e acabam minimizando os sintomas e as dificuldades enfrentadas pelo paciente. Isso pode gerar conflitos e afastar ainda mais o paciente de seu círculo social.
No entanto, é importante ressaltar que o sentimento de não-pertencimento não é uma característica inerente aos pacientes com doenças crônicas. Ele é resultado de uma sociedade que ainda não está totalmente preparada para lidar com as diferenças e que muitas vezes valoriza a aparência e a “normalidade” em detrimento da diversidade.
Por isso, é fundamental que haja uma conscientização e uma mudança de mentalidade em relação às doenças crônicas. É preciso que as pessoas entendam que a aparência ou as limitações físicas não definem uma pessoa e que todos têm o direito de serem aceitos e respeitados como são.
Além disso, é importante que os próprios pacientes com doenças crônicas busquem apoio e se conectem com outras pessoas que enfrentam situações semelhantes. Existem grupos de apoio e comunidades online que podem ser uma fonte de conforto e compreensão para aqueles que se sentem excluídos.
O filme “Extraordinário” nos mostra que, apesar das dificuldades, é possível encontrar amizade e aceitação em meio à diferença. Auggie encontra amigos que o ace