O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, deixou hoje o cargo para o qual foi nomeado em 2018, após ter sido convidado pelo primeiro-ministro António Costa para liderar o ministério das Finanças. Numa conferência de imprensa realizada no banco central, Centeno afirmou estar “mais livre” agora para decidir o seu futuro e não respondeu diretamente se pretende voltar à política.
Durante o seu mandato como governador do Banco de Portugal, Centeno teve um papel fundamental na orientação da política monetária do país, bem como na supervisão do sistema financeiro. No entanto, a sua saída foi vista como uma surpresa por muitos, tendo em conta que ainda faltavam dois anos para o final do seu mandato.
Na conferência de imprensa, Centeno agradeceu a confiança depositada nele pelo primeiro-ministro e afirmou que “foi uma honra e um privilégio” liderar o Banco de Portugal. O governador também destacou os resultados económicos positivos do país durante o seu mandato, apontando para a redução do défice e o crescimento do PIB.
Com a sua saída, Mário Centeno deixa um legado importante no Banco de Portugal, tendo sido reconhecido por vários economistas e líderes internacionais como um dos melhores governadores de bancos centrais da Europa. No entanto, o próprio Centeno reconhece que a sua saída do banco central lhe dá agora mais liberdade para decidir o seu futuro.
“É verdade que agora estou mais livre, devo dizer. Mas também é verdade que o meu compromisso com Portugal e com o serviço público continua”, afirmou Centeno na conferência de imprensa. O governador não descartou um eventual regresso à política, mas também não deu pistas sobre as suas futuras ambições.
No entanto, a sua saída do Banco de Portugal abre espaço para especulações sobre uma possível candidatura a cargos políticos, nomeadamente a liderança do Partido Socialista nas próximas eleições. Centeno, que já havia sido apontado como uma possibilidade para liderar o partido no passado, poderia agora ter mais liberdade e disponibilidade para se dedicar à política.
Apesar de não ter revelado os seus planos futuros, Centeno afirmou que o seu compromisso com o país e com o serviço público continua. “Temos um futuro para construir juntos, e eu cá estarei para ajudar nessa tarefa”, afirmou o governador.
A sua saída do Banco de Portugal também foi elogiada por várias personalidades do meio financeiro e político. O presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que Centeno foi “um parceiro formidável” durante o seu mandato e que o seu trabalho “foi fundamental para a estabilidade e a resiliência da economia portuguesa”. Também o presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, destacou o papel de Centeno em “guiar a economia portuguesa através de ventos hostis”.
Com a sua saída, o primeiro-ministro António Costa terá agora de nomear um novo governador para o Banco de Portugal, em acordo com o Presidente da República. A escolha do sucessor de Centeno será crucial para manter a estabilidade e a credibilidade do banco central.
Independentemente do que o futuro reserve para Mário Centeno, uma coisa é certa: o seu trabalho à frente do Banco de Portugal foi notável e deixa um legado importante para o país. A sua competência e liderança foram fundamentais para a recuperação económica do país, e a sua saída é um momento de reflexão sobre o seu papel e importância no panorama político nacional.
Resta-nos agora aguardar para ver qual será o caminho escolhido por Mário Centeno. Mas uma coisa é certa: seja qual for o seu