Na semana de alta costura de Paris, o estilista americano Daniel Roseberry apresentou sua segunda coleção para a lendária casa de moda Schiaparelli. Com uma mistura de códigos históricos e experimentações futuristas, o designer criou uma aura cinematográfica que encantou o público presente na passarela.
Ao assumir o cargo de diretor criativo da Schiaparelli, Roseberry assumiu a responsabilidade de dar continuidade ao legado deixado pela icônica estilista Elsa Schiaparelli. E em sua coleção de alta costura para o outono/inverno 2021, ele não decepcionou. Com uma abordagem moderna e ousada, o estilista revisitou os códigos da marca e os transformou em algo completamente novo.
A coleção de Roseberry foi uma homenagem à história da Schiaparelli, mas com uma visão futurista. O designer incorporou elementos icônicos da marca, como o rosa choque e o uso de bordados, mas os reinventou de uma forma contemporânea e inovadora. O resultado foi uma coleção que misturou o passado e o presente de forma magistral.
A aura cinematográfica foi evidente em toda a coleção, com referências a filmes clássicos como “Blade Runner” e “2001: Uma Odisseia no Espaço”. O estilista criou peças que pareciam saídas de um filme de ficção científica, com silhuetas futuristas e tecidos tecnológicos. A mistura do clássico com o moderno foi a chave para o sucesso da coleção.
Uma das peças mais impactantes da coleção foi um vestido de noiva branco com um corte assimétrico e detalhes em rosa choque. A peça era uma homenagem ao famoso vestido de noiva rosa criado por Schiaparelli em 1937. Roseberry reinventou o vestido, tornando-o mais ousado e moderno, mas ainda mantendo a essência e o impacto do original.
Outro destaque da coleção foi uma jaqueta de couro preta com detalhes em rosa choque e uma saia longa com estampa de nuvens. A peça era uma referência ao icônico “Lobster Dress” de Schiaparelli, que foi usado pela atriz e modelo Wallis Simpson em 1937. Roseberry transformou o vestido em uma jaqueta de couro moderna, mostrando sua habilidade em reinterpretar os clássicos da marca.
Além das referências à história da Schiaparelli, a coleção também trouxe elementos do universo de Roseberry. O estilista é conhecido por suas criações extravagantes e teatrais, e isso ficou evidente em peças como um vestido dourado com uma cauda dramática e uma capa com estampa de estrelas. Essas peças mostraram a versatilidade do designer em criar algo que seja ao mesmo tempo fiel à identidade da marca e à sua própria visão criativa.
A coleção de Roseberry para a Schiaparelli foi um sucesso absoluto. O designer conseguiu equilibrar perfeitamente a herança da marca com sua própria visão futurista, criando uma coleção que é ao mesmo tempo nostálgica e inovadora. Com sua habilidade em reinterpretar os códigos históricos da marca, ele provou ser um digno sucessor de Elsa Schiaparelli.
Em um mundo onde a moda está em constante mudança, é reconfortante ver um designer que valoriza a história e a tradição de uma marca. Daniel Roseberry conseguiu capturar a essência da Schiaparelli e transformá-la em algo novo e emocionante. Sua coleção de alta costura é um lembrete de que a moda é uma forma de arte, e que ela pode ser reinventada e reinterpretada sem perder sua essência