Wolney Queiroz afirma que uma comissão de inquérito pode atrapalhar ressarcimentos de quem sofreu descontos ilegais
Nos últimos anos, o Brasil tem sido palco de diversos escândalos envolvendo a má gestão do dinheiro público. Casos de corrupção, desvio de verbas e fraudes têm sido descobertos e trazido à tona pela mídia e pelos órgãos fiscalizadores. Entre esses escândalos, um tema que tem ganhado destaque é o dos descontos ilegais realizados em folhas de pagamento de funcionários públicos.
Diante dessa situação, muitas vítimas têm buscado formas de serem ressarcidas pelos valores descontados de forma indevida. E nesse contexto, surge o questionamento: seria uma comissão de inquérito a melhor opção para garantir esses ressarcimentos? Para o advogado e especialista em direito administrativo, Wolney Queiroz, a resposta é não. Em suas declarações, ele afirma que uma comissão de inquérito pode atrapalhar os ressarcimentos aos lesados.
Segundo Queiroz, a criação de uma comissão de inquérito para investigar os descontos ilegais pode gerar uma série de problemas. O primeiro deles é o tempo que será gasto para a realização da investigação. Enquanto a comissão estiver em andamento, as vítimas continuarão sem receber o ressarcimento que lhes é devido. Além disso, o processo pode se arrastar por anos, tornando a espera ainda mais angustiante para aqueles que foram lesados.
O especialista também aponta que a criação de uma comissão de inquérito pode gerar ainda mais custos para o Estado. Além dos gastos com a própria investigação, ainda há os gastos com a manutenção da comissão, como salários dos membros, deslocamentos e outros custos administrativos. E esse dinheiro poderia ser investido diretamente no ressarcimento das vítimas, sem a necessidade de atravessadores.
Outro ponto importante destacado por Queiroz é a possibilidade de influências políticas e interesses escusos que podem interferir no resultado da investigação. Em meio a tantas denúncias de corrupção no país, é preciso estar atento para que uma comissão de inquérito não se torne mais uma ferramenta para encobrir ou minimizar os escândalos envolvendo o dinheiro público.
Além disso, o advogado ressalta que, muitas vezes, o próprio Estado é o responsável pelos descontos ilegais, seja por meio de decisões administrativas equivocadas ou por falhas no sistema. Nesses casos, uma comissão de inquérito não seria a solução mais adequada, já que o Estado seria o próprio investigado.
Para Queiroz, a melhor forma de garantir o ressarcimento das vítimas de descontos ilegais é por meio de ações judiciais individuais. Dessa forma, cada caso seria analisado individualmente, com prazo definido para o ressarcimento e sem a interferência de terceiros.
Em suma, Wolney Queiroz afirma que uma comissão de inquérito pode atrapalhar os ressarcimentos de quem sofreu descontos ilegais, trazendo mais custos e atrasos para um processo que já é moroso e angustiante para as vítimas. Portanto, é preciso que as autoridades competentes encontrem formas mais eficazes e ágeis para garantir que os lesados sejam devidamente ressarcidos, sem a necessidade de criar mais obstáculos e burocracias.