Os liberais estão no centro das atenções na política portuguesa, e não apenas por suas propostas. Nos últimos tempos, temos assistido a uma crescente tentativa de reescrever a história e de impor uma nova visão de futuro para o país, através de uma revisão constitucional.
Aqueles que defendem esta revisão afirmam que a atual Constituição impede o crescimento econômico e trava o desenvolvimento do país. No entanto, é importante lembrar que a Constituição é um instrumento de proteção dos direitos fundamentais dos cidadãos, e não um obstáculo ao progresso.
Além disso, há um governo AD-IL, liderado pelo PSD e pelo CDS-PP, que promete ir além das medidas impostas pela Troika. Mas até onde irão essas medidas? Será que vamos realmente avançar ou apenas retroceder em conquistas e direitos já adquiridos?
É importante destacar que, apesar das diferenças ideológicas, a esquerda tem conseguido se unir em momentos críticos para o país. Foi assim com a geringonça, formada pelo PS, Bloco de Esquerda e PCP, que conseguiu superar o programa da Troika e melhorar as condições de vida dos portugueses.
No entanto, o eurodeputado Rui Tavares, fundador do partido Livre, segue uma estratégia diferente. Em vez de se unir à esquerda, ele tem jogado as suas fichas para minar qualquer possibilidade de criação de uma alternativa à direita.
Estamos a falar daqueles que procuram integrar o espaço do centro-esquerda, como o Livre e o PAN, por exemplo, mas que apresentam propostas que não estão alinhadas com a atual solução governativa.
Rui Tavares tem defendido a necessidade de uma geringonça 2.0, com um grupo parlamentar do Livre reforçado. Mas será que isso é realmente viável? Será que é possível integrar um partido que defende propostas liberais e individualistas, dentro de uma coligação progressista e socialista?
O próprio Livre tem enfrentado uma divisão interna, com alguns membros a questionar a liderança de Rui Tavares e a defender uma maior proximidade com a esquerda.
É importante lembrar que a geringonça foi um projeto que surgiu da necessidade de unir forças para fazer frente ao programa da Troika e garantir os direitos dos cidadãos. Não é uma mera parceria de conveniência ou um jogo político calculado para ganhar mais poder.
No entanto, o que vemos hoje é a tentativa de alguns partidos de se posicionarem no espaço do centro-esquerda, mas sem abrir mão de suas propostas liberais. Isso pode trazer um enorme risco para a democracia e para o progresso do país.
A criação de uma geringonça 2.0, com partidos que não partilham da mesma ideologia, mas que estão dispostos a estabelecer acordos pontuais, só beneficiaria a direita e a sua tentativa de impor uma revisão constitucional.
Não podemos permitir que forças obscuras, que defendem interesses individuais e egoístas, minem a possibilidade de uma verdadeira transformação social e política em Portugal. Precisamos nos manter vigilantes e unidos, para garantir que a nossa Constituição, conquistada com a luta e o sangue dos nossos antepassados, continue protegendo os direitos do povo português.
Uma revisão constitucional sem o consentimento e a participação popular é um ataque à democracia. Um governo AD-IL que promete ir além da Troika pode significar um retrocesso nas conquistas sociais e um agravamento da desigualdade.
É preciso ficar alert