A taxa Selic é um dos principais indicadores da economia brasileira e tem um impacto direto na vida de todos os cidadãos. Por isso, é importante estar sempre atento às mudanças e decisões tomadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. E nesta quarta-feira (04/08), o Copom anunciou uma elevação de 1 ponto percentual na taxa Selic, que agora está em 14,25% ao ano.
Essa é a primeira vez que a taxa Selic atinge esse patamar desde outubro de 2016, quando foi reduzida para 14%. Desde então, a taxa permaneceu em queda, chegando a 6,5% em março de 2020, o menor nível da história. No entanto, com a pandemia de Covid-19 e seus impactos na economia, o Copom iniciou um ciclo de elevação da taxa Selic em março deste ano, quando a taxa estava em 2%.
A decisão de elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual foi unânime entre os membros do Copom e surpreendeu o mercado, que esperava um aumento de 0,75%. No entanto, o comitê justificou que a decisão foi tomada devido à persistência da inflação em patamares elevados e à necessidade de conter as expectativas inflacionárias.
A inflação tem sido uma preocupação constante para o Banco Central, que tem como meta manter a inflação em 3,75% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. No entanto, nos últimos meses, a inflação tem se mantido acima do esperado, chegando a 8,35% nos últimos 12 meses, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Com a elevação da taxa Selic, o Banco Central espera conter a inflação e trazê-la de volta para a meta estabelecida. Além disso, a decisão também tem como objetivo manter a atratividade do investimento em títulos públicos, que são remunerados com base na taxa Selic. Com a elevação da taxa, o rendimento desses títulos também aumenta, o que pode atrair investidores estrangeiros e ajudar a equilibrar a balança comercial do país.
No entanto, a decisão do Copom também traz preocupações para a economia brasileira. Com a taxa Selic mais alta, os juros cobrados pelos bancos em empréstimos e financiamentos também tendem a aumentar, o que pode desestimular o consumo e o investimento das empresas. Além disso, o aumento da taxa Selic pode ter um impacto negativo na recuperação econômica, que já vinha em um ritmo lento.
O Copom, no entanto, sinalizou que o ciclo de elevação da taxa Selic pode estar próximo do fim. Em seu comunicado, o comitê afirmou que, para a próxima reunião, em setembro, a expectativa é de um ajuste menor, de 0,75 ponto percentual. Isso indica que o Banco Central pode estar próximo de atingir o patamar considerado neutro para a taxa Selic, ou seja, aquele que não estimula nem desestimula a economia.
Além disso, o Copom também destacou que, para as próximas reuniões, a decisão será tomada com base na evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação. Ou seja, a decisão não será tomada de forma automática, mas sim com base em uma análise criteriosa da situação econômica do país.
É importante ressaltar que a elevação da taxa Selic não é uma medida isolada e que o Banco Central tem adotado outras medidas para conter a infl