Bo Bardi e Aldo van Eyck são dois nomes de grande importância na arquitetura moderna. Embora nunca tenham trabalhado juntos, o livro “Lina por Aldo” revela que o talento de Bo Bardi foi uma grande fonte de inspiração para van Eyck. Neste artigo, vamos explorar a relação entre esses dois arquitetos e como suas ideias e obras se conectam.
Lina Bo Bardi era uma arquiteta ítalo-brasileira que ficou conhecida por suas obras marcadas pela criatividade, funcionalidade e sensibilidade social. Nascida em Roma em 1914, Bo Bardi se formou em arquitetura em 1939 e emigrou para o Brasil em 1946, onde viveu até sua morte em 1992. Durante sua carreira, ela deixou um legado impressionante de projetos que combinam modernidade e tradição, além de uma abordagem humanista do espaço arquitetônico.
Já Aldo van Eyck era um arquiteto holandês que também foi um importante representante da arquitetura moderna. Nascido em 1918, van Eyck se formou em arquitetura em 1942 e trabalhou em diversos escritórios até abrir seu próprio estúdio em 1951. Sua abordagem arquitetônica era fortemente influenciada pela arte e filosofia, resultando em projetos que buscavam uma harmonia entre o homem e o ambiente construído.
Embora Bo Bardi e van Eyck nunca tenham trabalhado juntos, eles compartilhavam uma visão semelhante sobre a arquitetura e o papel do arquiteto na sociedade. Ambos acreditavam que a arquitetura deveria ser mais do que apenas uma construção física, mas sim um meio de melhorar a vida das pessoas e promover a inclusão social.
O livro “Lina por Aldo” é uma coleção de cartas trocadas entre Bo Bardi e van Eyck entre 1958 e 1988. Publicado em 1996, o livro revela uma relação de amizade e admiração entre os dois arquitetos. Em suas cartas, eles discutem sobre suas ideias e projetos, trocam opiniões e compartilham suas visões sobre a arquitetura.
Uma das principais conexões entre Bo Bardi e van Eyck é a importância dada à cultura local e às tradições em seus projetos. Ambos acreditavam que a arquitetura deveria estar enraizada na identidade e na história de cada lugar, e não seguir as tendências globais. Eles também valorizavam a participação da comunidade nos processos de projeto, buscando uma arquitetura mais inclusiva e democrática.
Outro ponto em comum entre os dois arquitetos é a valorização do espaço público. Bo Bardi era conhecida por seu trabalho com espaços culturais, como o MASP (Museu de Arte de São Paulo) e o SESC Pompeia. Já van Eyck criou diversos projetos de playgrounds em Amsterdã, que se tornaram referência em espaços públicos para crianças. Ambos acreditavam que o espaço público deve ser um lugar de encontro, de troca e de expressão da comunidade.
Além disso, Bo Bardi e van Eyck compartilhavam uma abordagem poética em seus projetos. Ambos buscavam criar espaços que estimulassem os sentidos e a imaginação, que fossem além da funcionalidade pura e simples. Eles entendiam que a arquitetura pode despertar emoções e criar conexões emocionais com as pessoas.
O livro “Lina por Aldo” mostra que a admiração de van Eyck pelo trabalho de Bo Bardi foi além da troca de cartas. Em uma das correspondências, ele escre