Nos últimos anos, a economia brasileira tem sido marcada por instabilidade e incertezas. A pandemia de COVID-19 só agravou essa situação, gerando impactos significativos no mercado financeiro e na vida das pessoas. Em meio a esse cenário, é natural que surjam diferentes opiniões e propostas para a recuperação econômica do país. No entanto, uma voz ganhou destaque nos últimos dias: a do economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita.
Em entrevista ao InfoMoney, Mesquita defendeu a importância da manutenção do teto de gastos, independentemente de quem vença as eleições presidenciais de 2026. Para ele, essa é a única forma de controlar a inflação e fazer com que as taxas de juros voltem a um patamar “civilizado”. Em suas palavras, “a política fiscal tem que ser honesta consigo mesma”.
O teto de gastos, instituído pela Emenda Constitucional 95 em 2016, limita o aumento dos gastos públicos à inflação do ano anterior. A medida foi implementada com o objetivo de frear o crescimento da dívida pública, que chegou a atingir quase 90% do PIB. No entanto, desde o início do ano, o governo já sinalizava a possibilidade de flexibilizar esse limite para garantir a retomada da economia após a pandemia.
Mesquita alerta que essa é uma atitude perigosa e que pode gerar um “autoengano”. Segundo ele, é preciso ter responsabilidade fiscal e tomar medidas que garantam a sustentabilidade das contas públicas. O economista enfatiza que a manutenção do teto de gastos é fundamental para a retomada do crescimento econômico e o controle da inflação.
O discurso de Mesquita é embasado em dados e análises consistentes. Ele aponta que, ao longo das últimas décadas, os países que adotaram medidas de controle dos gastos públicos obtiveram resultados mais positivos em termos de crescimento e estabilidade econômica. Para ele, o Brasil não pode se dar ao luxo de ignorar essas lições.
Além disso, o economista defende que é preciso combater o “populismo fiscal”, ou seja, a utilização de recursos públicos de forma irresponsável para agradar a população e garantir popularidade. Esse tipo de atitude, segundo ele, apenas agrava os problemas econômicos e dificulta a retomada do crescimento.
Mesquita também ressalta a importância de se investir em reformas estruturais, como a tributária e a administrativa, para garantir a eficiência e a competitividade da economia brasileira. Ele acredita que essas mudanças são necessárias para que o país possa crescer de forma sustentável e gerar empregos de qualidade.
A posição de Mário Mesquita é compartilhada por muitos outros economistas e especialistas do mercado financeiro. Eles acreditam que a manutenção do teto de gastos é essencial para a confiança dos investidores e para a estabilidade econômica do país. Em um momento de tanta volatilidade, é fundamental seguir medidas que possam garantir a retomada do crescimento e a melhora da qualidade de vida da população.
No entanto, é preciso lembrar que o teto de gastos não é uma medida isolada. Ele deve ser combinado com outras ações que visem à melhora do ambiente de negócios e à atração de investimentos. A adoção de políticas de estímulo ao empreendedorismo e à inovação, por exemplo, pode ser uma forma de impulsionar o crescimento econômico e aumentar a competitividade do país.
Em resumo, o economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita, tr